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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Reinaldo Azevedo, da Veja, critica cartaz exposto no Colégio D. Pedro II



No texto abaixo , o colunista da Veja, Reinaldo Azevedo critica  cartaz exposto no Colégio D. Pedro II ( Rio de Janeiro) no qual o plural de alunos e alunas foi redigido "alunxs".  Trata-se de um modismo, que pretende corrigir uma regra morfológica da língua portuguesa que leva para o masculino plural palavras que representem referentes dos dois gêneros, masculino e feminino.  Por essa nova tendência, muito presente na web, deveríamos escrever "Homens e mulheres suspeitxs de corrupção deverão ser julgadxs e,  se comprovada a sua culpa , deverão ser condenadxs". 
 E por que não escrever assim, podem argumentar os leitores,  afinal, a língua não muda ?



De fato, toda língua natural está em constante mudança, o léxico, por exemplo, que é o conjunto de palavras da língua,  está sempre perdendo algumas palavras que saem de moda e ganhando outras novas.  Quando a língua tem tradição escrita, essas mudanças vão sendo incorporadas aos dicionários. Mas um componente da língua bastante estável é a morfologia. Nos nomes ( substantivos e adjetivos) a morfologia cuida das flexões de número ( singular/plural), de gênero ( feminino e masculino) e  grau (aumentativo/diminutivo). Cuida também da derivação de palavras, como em trabalho e trabalhador. As regras básicas da morfologia do  Português estão bem consolidadas desde as suas origens , que os estudiosos estimam em cerca do ano mil d.C. Por essa época, o Português já se distinguia das demais línguas latinas  vizinhas. A regra de levar para o masculino plural palavras cujos referentes sejam homens e mulheres é uma dessas regras básicas.  Certamente não combina com o politicamente correto dos dias atuais, mas não se mudam regras linguísticas milenares como essa, nem por decreto.
O Colégio Pedro II, nossa mais antiga e principal  instituição de ensino que oferece o  que chamamos hoje de Ensino Básico, certamente quer  aproximar-se dos modismos presentes na linguagem dos alunos. Mas a iniciativa chega a ser ridícula. A inovação fica bem em um email, ou  em redes sociais, mas não é adequada para avisos oficiais de um colégio. O "certo" hoje em dia, na linguagem e nos demais comportamentos sociais, é o que é adequado, de acordo com as expectativas que a  sociedade cria e que podemos chamar  de aceitabilidade. 




Ah, Colégio Pedro II, de tão gloriosas tradições!!! Que mal o acometeu?


A escola federal, informa o jornal O Globo, já está submetida à ditadura das patrulhas dos grupos gays e feminazis, que pretendem, atenção!, “suprimir o gênero” das palavras no singular ou no plural quando elas designarem tanto homens como mulheres. Assim, no lugar do “o” e do “a”, entra uma letra “x”.
Você vai falar com médicos e médicas? Então, meu amigo, você está se dirigindo a “médicxs”. O grupo consonantal nem tem expressão sonora possível em português. Mas e daí? Os militantes, como sabemos, podem mudar até a gramática. A matemática…, bem, essa eles já mataram faz tempo.
Num comunicado do colégio, os “alunxs” recebem instruções especiais em razão de uma reforma no prédio. As provas também trazem o espaço para que o “alunx” coloque o seu nome.
A boçalidade é de tal ordem que, no tal comunicado, lê-se o seguinte:
“A entrada dos alunxs do turno da tarde”… Ora, “dos” é a contração da preposição “de” com o artigo definido, masculino e plural “os”. Logo, a se levar a cabo a estupidez, dever-se-ia escrever “a entrada dxs alunxs”.
Ora vejam! Os nossos gayzistas e as nossas feminazis se preocuparam com o “a” e com “o” dos substantivos e adjetivos, mas se esqueceram dos artigos. Como se fará no caso dos substantivos comuns de dois gêneros? Quando nos referirmos a estudantes homens e mulheres, escreveremos “dxs estudantes”?
Infelizmente para o gayzismo e para o feminazismo, não temos o “the”, do inglês, como artigo…
Isso é de uma estupidez sem limite. De resto, se formos proceder a um estudo das origens latinas do gênero em português, muita coisa se explicará pela evolução da língua e nada têm de discriminação de gênero.
A ideologia de gênero, que tenta se impor na porrada nas escolas, sob o patrocínio do petismo e de esquerdismos ainda mais mixurucas, é que tem de ser combatida. Até porque o gayzismos e o feminizanismo representam apenas a si mesmos. Não são expressões da vontade nem dos gays nem das mulheres.
A propósito, a gente diz “os gays” ou “xs gays”?
Retirada de: Revista Veja/Abril

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