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sábado, 20 de junho de 2015

Membros do NuPEP participam do II ENFDM


A Universidade Federal do Piauí, em parceira com a UESPI, a UFMA e a UEMA, realizou o II Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória: Cultura, Linguagens e Ensino, no período de 17 a 19 de junho de 2015.


O II ENFDM visou possibilitar a troca de conhecimentos e a promoção do fortalecimento científico e profissional entre estudantes, professores, pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e o público em geral interessado na temática do evento.


A programação do evento foi diversificada. Houve conferências, palestras, mesas redondas, minicursos, apresentações orais de trabalhos, de painéis e de grupos de trabalho, além de debates, lançamento de livros e apresentações culturais.


Os membros do NuPEP participaram do II ENFDM por meio de apresentação de trabalhos, colaboração em mesas redondas e, ainda, como ouvintes e monitores do evento. Os professores Marcelo dos Anjos e Maria Auxiliadora atuaram na apresentação da mesa redonda de temática “Ensino de Língua Materna”, enquanto a professora Catarina de Sena atuou na mesa redonda sobre “Letramentos”.


Profa. Maria Auxiliadora e Isael da Silva (ao centro)
participaram de mesa-redonda e comunicação oral, respectivamente.

Os alunos Raimunda da Conceição, Rodrigo Alves e Isael da Silva apresentaram trabalhos. A primeira no eixo temático “Análise e ensino e língua materna”, com o trabalho “Ideias linguísticas em ‘A língua que falamos’, de Herbert Parentes Fortes”. O segundo no eixo temático “Semiótica e Multimodalidade”, com o trabalho “A hipertextualidade em dicionários escolares”. O terceiro no eixo temático “Análise do discurso”, com o trabalho “A Construção dos Sentidos no Hino do Maranhão”.


Raimunda da Conceição (ao centro) e Rodrigo Alves (à direita)
apresentaram comunicações orais no II ENFDM

Confira, abaixo, os resumos dos trabalhos apresentados nas mesas redondas e nas comunicações orais:

A gramática e o léxico na vivência da linguagem em sala de aula
Dra. Maria Auxiliadora Ferreira Lima (UFPI)

Nas aulas de língua portuguesa temos um espaço de reflexão sobre o funcionamento da língua, sobretudo no que diz as significações resultantes das construções dos enunciados, dos textos. A partir deste princípio, propomos desenvolver uma reflexão que incida sobre uma visão de ensino que tem como ponto eixo a articulação linguagem e língua, objetivando mostrar que gramática e léxico devem ser trabalhados em situações reais/possíveis de interação verbal, tendo em vista a contribuição de seus elementos para o sentido do enunciado e não para uma mera identificação de valores.

Ensino de língua materna: contribuições da historiografia linguística para o ensino de gramática
Dr. Marcelo Alessandro Limeira dos Anjos (UFPI)

Nesta mesa redonda, cujo tema é o ensino de língua materna, abordaremos, especificadamente, o ensino de gramática. Nessa abordagem, lançaremos mão de algumas contribuições teórico-metodológicas da Historiografia Linguística (HL), que, dentre outros postulados, adota uma visão de história não unidimensional, que permite compreender os movimentos de continuidades e descontinuidades entre diversas fases do saber gramatical. Nossa discussão prevê uma rápida contextualização histórica do saber gramatical no Ocidente e concentrará atenção no panorama da gramaticografia brasileira do século XX. Esse recorte é didático. Na prática, e com esse tipo de abordagem, será sempre necessário e indispensável recorrer a outras fases da gramaticografia brasileira e portuguesa, mesmo que pontualmente. Com essa proposta de viés histórico, pretendemos evidenciar esses movimentos de continuidades e descontinuidades nos principais autores do século XX e, consequentemente, jogar algumas luzes sobre o estágio atual da produção gramaticográfica no Brasil e, assim, justificar historicamente, mesmo que de modo incipiente ainda, determinadas escolhas dos autores que produziram e produzem gramáticas no Brasil e algumas conseqüências disso para o ensino.

Palavras-chave: Ensino de língua materna; ensino de gramática e Historiografia Linguística.

Letramentos e oralidade: pesquisas e perspectivas
Dra. Catarina de Sena Siqueira Mendes da Costa (UFPI)

Estudos sobre oralidade e letramento surgiram a partir de década de 1980, constituindo novas abordagens de investigação para os estudos sobre a fala e a escrita. Estas, até então, entendidas e estudadas como resultados de habilidades individuais passam a ser consideradas em atividades coletivas como práticas sociais, portanto, como oralidade e letramento, respectivamente. E, nesse sentido, muitas têm sido as discussões e pesquisas que emergem dessas novas abordagens, seja em relação à pertinência dessas práticas na sociedade, seja na escola, particularmente. Nesta comunicação, pretende-se, em relação ao tema proposto, apresentar e discutir: 1) resultados de pesquisa sobre oralidade e/ou letramentos na escola e na sociedade; 2) aspectos culturais desses estudos nas instâncias sociais em que são realizados 3) atitudes e estratégias de oralidade e letramentos enquanto práticas sociais valorizadas e 4) perspectivas que os estudos dessas práticas vêm apontando, no sentido de reinterpretar desempenhos linguísticos ignorados ou considerados reprováveis, particularmente no processo de ensino aprendizagem de língua. Os estudos que serão apresentados têm como fundamentação os Novos Estudos sobre Letramento segundo Street (1984,1993) e, ainda, os estudos realizados por Kleiman (1995), Soares (1996), Hamilton (202) e Rojo (2009). Nesta comunicação, pretende-se chamar a atenção para a importância da consideração dessas duas atividades, enquanto dimensões da cultura e, como tais, se complementam porque são formas linguísticas de representar o mundo e o constituem socialmente, enquanto meio, enquanto parte e enquanto resultado. Nas atividades pedagógicas, os usos de fala quanto os de escrita, considerados como práticas sociais, podem democraticamente compartilhar crenças, valores e expectativas próprias da comunidade ou grupo social de que fazem parte os seus beneficiários. Enquanto atividades culturalmente determinadas, sua aquisição será sempre com referência ao contexto em que essa escrita e essa fala se realizam nas relações sociais efetivas das quais resultam e que, certamente, ajudam a estabelecer. Razão porque se espera a contribuição desses estudos para rever a polarização que esses objetos enquanto habilidade individual tem estabelecido, possibilitando atitudes mais justas e igualitárias que apontem para mudanças sociais mais humanas, conferidas a partir dos usos da linguagem, principal meio de comunicação e interação social.
Palavras-chave: Oralidade. Letramentos. Práticas sociais. Cultura. Interação social.

A construção dos sentidos no hino do Maranhão
Isael da Silva Sousa (UFPI)
João Benvindo de Moura (UFPI)

Segundo a Análise do Discurso, o sentido de um texto não consiste somente no que está escrito, isto é, em uma sequência linguística, mas quando aquele que está lendo é capaz de perceber a mesma sequência como uma unidade significativa global; nessa perspectiva, percebemos que o sentido de um texto é plurivalente. São constituídos historicamente e sempre atravessados por outros discursos, é o que Bakhtin convencionou chamar de dialogismo, pois é impossível a compreensão do discurso sem a percepção das relações dialógicas. Objetivamos por meio desse estudo mostrar como se dá a construção dos sentidos no hino do Maranhão. Para tanto, nos fundamentamos nos trabalhos realizados por Mussalim e Bentes (2003), Guimarães (2012), Bakhtin (1986) entre outros pesquisadores que estudam a linguagem por esse mesmo viés. Metodologicamente, nossa pesquisa é de cunho bibliográfico. Inicialmente realizamos uma leitura levando em consideração os elementos internos do texto, e em seguida outra leitura buscando compreender os aspectos subjacentes ao texto, ou seja, aspectos históricos e culturais que são evocados e contribuem para a construção dos sentidos, isto é, a historicidade; e por fim, identificamos a interdiscursividade. Os resultados evidenciam que os sentidos do hino do Maranhão estão além das sequências linguísticas. Notamos que no decorrer do texto são evocados alguns acontecimentos históricos como a batalha de Guaxenduba, contra os franceses, o passado de glória do estado, a expulsão dos franceses e vitória do direito a favor dos portugueses entre outros que constitui o universo discursivo do texto.

Palavras-Chave: Sentido. Análise do Discurso. Hino do Maranhão.

Ideias linguísticas em “A língua que falamos”, de Herbert Parentes Fortes
Raimunda da Conceição Silva (UFPI)
Marcelo Alessandro Limeira dos Anjos (UFPI)

Este trabalho tenciona apresentar os resultados preliminares da pesquisa que está sendo desenvolvida mediante o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/UFPI. Destarte, sabe-se que o problema que circunda a questão do ensino de língua materna, no Brasil, vem sendo, ao longo dos anos, objeto de discussões e polêmicas entre filólogos, gramáticos, linguistas e demais profissionais da área. Tais discussões se dão com o propósito de se fazer compreender que o Brasil possui identidade linguística genuína, a qual é inerente ao seu povo. Assim, esta pesquisa se insere no bojo da Historiografia Linguística, objetivando recuperar as ideias linguísticas, na obra “A língua que falamos”, do intelectual e filólogo piauiense Herbert Parentes Fortes, em defesa da língua brasileira, nos séculos XIX e XX. Para tanto, utilizou-se como aparato teórico autores que desenvolveram importantes trabalhos nesta área, como Faraco (2008), Fávero (2006), Castilho (2004) e Possenti (1996). Os resultados parciais da pesquisa, na presente etapa, revelam ponderáveis discussões acerca da legitimidade e naturalidade da língua brasileira, ao passo que traz reflexões elucidativas a respeito da língua que se fala no Brasil, do modo como ela é nomeada (Língua Brasileira) e de como se sucede o seu ensino.

Palavra-Chave: Língua Brasileira. Ensino. Historiografia Linguística.

A hipertextualidade em dicionários escolares
Rodrigo Alves Silva (UFPI)
Yana Liss Soares Gomes (UFPI)

Este trabalho tenciona discutir a hipertextualidade em dicionários escolares do tipo 2, os quais são voltados para alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Sendo assim, tem-se como objetivo geral analisar e descrever os recursos utilizados nos dicionários para a construção do hipertexto. Os objetivos específicos consistem em analisar a proposta lexicográfica dos dicionários; observar como se constrói o hipertexto nas páginas desses compêndios e identificar os principais gêneros textuais utilizados. Selecionou-se como corpus dois dicionários escolares: 1) Saraiva Júnior: dicionário da língua portuguesa ilustrado (2009) e 2) Saraiva infantil de A a Z: dicionário da língua portuguesa (2013). Este trabalho parte do pressuposto de que o hipertexto está também presente no texto impresso e não é exclusivo do texto virtual, baseado em Koch (2009) e Barros (2007). Além disso, baseou-se também nos conceitos de multimodalidade para análise das páginas dos dicionários. Uma análise prévia permitiu concluir que esses dicionários possuem recursos multimodais (como imagens, boxes com poemas, adivinhações etc.) que ajudam a tornar esses materiais objetos hipertextuais, pois as informações não ficam apenas a cargo dos verbetes, mas também aos elementos que os circundam.

Palavras-Chave: Dioncários. Hipertexto. Multimodalidade.

Fontes: site do II ENFDM e caderno de programação e resumos do evento.



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